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domingo, 3 de abril de 2011

Foto da capa

Convencê-la, não foi fácil. Ciumenta de seus desenhos. Pedia para colocar em foto, não permitia, e a aquarela permaneceu semanas sobre a mesa de desenho, como se assim as minhas memórias pudessem pertencer a ela. Custou, mas finalmente fotografou, e inseriu no computador a foto digitalizada, onde eu - enfim! - podia ter acesso.




De imediato, passei tudo para grafite. Não gosto de aquarelas! Para que as cores suaves? Minha natureza é intensa, visceral, prefiro a linha, o preto, o contraste. Mudei, claro. Esse é um corredor escuro, amedrontador. Que bobagem, colocá-lo em aquarela! Coisas de escritora, que escreve daquilo que não viveu. Se ela tivesse pisado aqueles degraus, não se submeteria a fazer um lugar tão isolado, sob tons claros pintados em água. E desfoquei, porque as linhas precisas eram uma falta de respeito para retratar alguém em transe.




Então, chegou a hora de fazer a capa do livro. Fiz-lhe uma homenagem, um carinho. Este é o drama de todo personagem, o amor que por fim desenvolvemos por nossos autores, na sensação de que eles também são parte das nossas histórias. Deixei as cores que ela escolheu. Acho que ficou bom.


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