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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A 5ª ONDA, de Rick Yancey

UAU, isso sim é um livro de aventura!

Quem gosta de ufologia, mesmo tão leigo quanto eu, sabe que não faltam teses sobre a vida alienígena: são mais evoluídos do quê nós? São figuras grotescas, enormes insetos beligerantes? Ou são deuses astronautas, quiçá nossos pais ancestrais?
E nem mesmo aqueles que nunca se interessaram pelo assunto, estão isentos de formar opinião: depois de muita controvérsia, preconceito e ridicularização, os (poucos, e) polêmicos astrônomos defensores da existência de vida alienígena finalmente conseguiram comprovar que a Terra não é o único planeta no universo. E, em menos de década, foi confirmada a existência de um número incalculável de planetas, muitos deles potencialmente capazes de manter vida.

Mas a verdade é que não temos confirmação de vida alienígena inteligente... AINDA.
E no oceano de hipóteses plausíveis, talvez a teoria mais aterradora seja a que sugere que a extinção dos dinossauros tenha sido orquestrada por alienígenas, a fim de criar um mundo ideal para a sobrevivência e desenvolvimento de uma nova raça: os humanos. E no mesmo raciocínio, a de que alienígenas poderiam voltar para repetir a façanha, desta vez extinguindo os humanos para criar o mundo ideal de alguma nova espécie.

Esse é o tema de A 5ª ONDA, uma ficção científica sobre a temível invasão alienígena. (Leio em português, na tradução de E. Siegert & Cia Ltda [Edite Siegert Sciulli], edição de 2013 da Editora Fundamento Educacional Ltda).

Mas o que prendeu a atenção, foi mesmo a narrativa.

Quando a história começa, a "quarta onda" já é uma realidade, a tragédia maior já aconteceu, e só saberemos como cada precedente onda de extinção em massa aconteceu, na medida em que os personagens buscam das suas razões para sobreviver.
Isolamento e insegurança são a realidade dos poucos que ainda vivem. Tudo é muito rápido e intenso na narrativa do autor, não houve tempo para assimilar a mudança e a tragédia. Também nós, leitores, ficamos com a sensação de imergir em um pesadelo, sem previsão do quê pode acontecer na próxima página.

O autor é muito feliz ao dispensar longas descrições das calamidades, do mundo destruído e abandonado, da mesma forma como dedica pouco tempo às memórias de perda e sofrimento. Verdade que todos esses temas estão lá, inseridos no texto, mas de forma sintética, rápida, intensa.
É perfeito, porque qual de seus leitores, contemporâneos, não tem todas e muitas outras destas imagens firmes na imaginação, resquício das centenas de livros e filmes de ficção científica da produção de um século sobre o mesmo tema?
A 5ª ONDA é instigante, porque usa todo o imaginário que o leitor já possui, e constrói a história a partir dele.

Porém... diz a orelha do livro, que se trata de uma trilogia.
E... o (primeiro) livro termina no meio da história!

A primeira aventura termina com um questionamento instigante: duas espécies inteligentes podem coexistir no mesmo planeta?

Mas preciso dos demais volumes para saber como a história termina.
Confesso que fiquei um pouquinho frustrada...
Prá mim, um texto longo que, para ser editado, foi dividido em três livros, não é uma "trilogia". (No meu entender, "trilogia" são três histórias sequenciais, cada qual completa em si mesma).  E não resisto ao desabafo de leitora chateada que, depois de me apaixonar pela história, a vejo parar no meio sem ter ideia de quanto tempo terei que esperar até que chegue na loja os próximos volumes.
Pois desta vez, é diferente de A HORA DAS BRUXAS (Anne Rice), ou O BAILE DAS LOBAS, de Mireille Calmel, que todos os volumes já estavam publicados e disponíveis quando li o primeiro, foi só correr na livraria e comprar o seguinte. Agora, não tem jeito. Terei que esperar o lançamento dos outros volumes... que chato!
O pior é saber que vou esperar, até com certa ansiedade.
A história é ótima, a narrativa é veloz, a leitura é de tirar o fôlego e atiçar a imaginação!







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