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sábado, 10 de agosto de 2013

COMO FALAR DOS LIVROS QUE NÃO LEMOS? de Pierre Bayard

Este foi um livro que comprei pelo título...
Não tinha ideia sobre como o autor desenvolveria o tema. Foi um risco: podia ser um livro ótimo, ou dinheiro jogado fora. (li em português, na tradução de Rejane Janowitzer, edição de 2007 da Editora Objetiva).

Pois não é que o livro se tornou uma referência?

Depois de ler COMO FALAR, não havia outra opção senão concordar com o autor.
Ele divide o livro, basicamente, em dois conceitos: os livros que a gente não leu, mas conhece. E os livros que a gente leu... mas esqueceu.

Na minha primeira aula de História da Arte, caloura da faculdade de esculturas, o professor fez uma "pegadinha" no mesmo sentido deste livro. Pediu aos alunos que levantassem a mão, quem conhecia a história de Romeu e Julieta de Shakespeare (ou será que era o Don Quixote, de Cervantes?).
Todo mundo levantou a mão.
Então, ele perguntou quem havia LIDO a obra original.
A única mão que permaneceu levantada, era um de colega que também fazia uma faculdade de letras.

Inúmeros são os livros que a gente nunca leu, mas conhece, e disso trata COMO FALAR.
Livros que nos contaram a história. Livros que foram filmados. Livros sobre os quais lemos resenhas, críticas, comentários. Livros que a gente "conhece", sabe de sua importância e em linhas gerais do quê trata... e nunca os leu!

Mas tem mais.

COMO FALAR também trata dos livros que a gente leu, inteirinho... e esqueceu a maior parte. Aliás, a maioria. Para mim, que leio como quem toma água, essa parte final do livro foi hilariante, não teve comentário com o qual não me identificasse.

Pior foi constatar que o autor tinha toda a razão: a conclusão final é que, da maioria dos livros que eu li, a memória guardou pouco mais do que uma resenha da história como um todo, e a sensação de prazer (ou não) do tipo de narrativa e/ou texto utilizado pelo autor. Muito menos do que gostaria de reconhecer.

Seja como for, COMO FALAR é uma leitura muito interessante para quem vive em uma época onde conseguir selecionar o que presta em uma massa imensa e amorfa de informações, parece ter mais valia do quê o conteúdo do que é informado. E é uma leitura tranquilizadora, daquelas que nos faz sentir "normais", mesmo quando a memória prega peças e nos faz esquecer o nome de um livro maravilhoso, ou do autor que acompanhamos com carinho.





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