É um livro que metade é a história do espiritismo no mundo e no Brasil, metade uma coletânea de casos pitorescos, aquelas informações curiosas dos costumes de época tão difíceis de encontrar!
Li com empatia que a autora (com um currículo invejável) também tem lá as suas críticas às imposições dos séculos XIX e XX, que herdamos, de que tudo - absolutamente tudo! -, só pode ter credibilidade se tiver algum enfoque "científico". No caso específico da pesquisa paranormal, guardo para mim a eterna desconfiança de que foi exatamente a necessidade de resultados "concretos", rápidos e demonstráveis, a fim de manter patrocinadores para as tais "pesquisas científicas", a razão última para a quantidade de charlatanismo que se mistura às pretensões sérias da época.
Mas o quê mais destaca, no livro, é o enfoque da evolução do espiritismo no Brasil.
A autora é muito feliz ao descrever o ambiente da época, a miscigenação de crenças, as legislações restritivas e em situar os personagens históricos a favor e contra a evolução do espiritismo no país. Consegue narrar com graça, sem tomar partido e sem perder tempo com discursos ideológicos ou de defesa desta ou daquela crença.
Então, o livro resulta em uma história gostosa de ler, agradável de aprender, e recheada de peculiaridades que nos deixa saudosos de uma época que não vivi.
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