Total de visualizações de página

quinta-feira, 28 de março de 2013

MARLEY & EU, de John Grogan

O que se pode falar sobre um livro que virou filme de sucesso?
Simples: o livro é mais interessante que o filme!


Certa feita, tive um namorado aficcionado por cinema. Nossa discussão mais básica, repetida em todos os momentos em que o assunto de conversas acabava (o que era bastante raro, mas acontecia), era comparar livros e filmes (filmes adaptados de livros, bem entendido), eu sempre defendendo os livros, ele sempre defendendo os filmes.

Tudo começou com O ILUMINADO, história de suspense de Stephen King, filme do diretor Stanley Kubrik. Até aqui, nenhuma novidade. Acredito que a polêmica, "livro ou filme?", não exista sem antes passar por essa discussão clássica, já que Kubrik reinterpretou o livro de Stephen King, suprimiu o elemento psicológico que perfazia o suspense, e o substituiu por efeitos visuais de impacto construindo um filme de terror, contando ainda com mais uma atuação marcante e magistral de Jack Nicholson, o que foi motivo de controvérsias que duram até hoje. E jogando a modéstia na lata de lixo, nós fazíamos uma excelente dupla para tal discussão: ele era fã dos trabalhos de Kubrik, e o defenderia até debaixo d'água. Em compensação, eu detestei esta versão cinematográfica, que excluiu tudo o que eu mais gostava no suspense e na narrativa do livro.

Lembrei disto hoje, quando fui procurar mais algum livro interessante prá conversar aqui no blog, usufruindo tranquila do primeiro dia deste feriado prolongado. Olhei uma prateleira inteira só de livros de humor... e me perguntei porque gosto de ler livros de humor, mas não sinto necessidade de escrever sobre eles! Olhei os vários títulos da Marian Keyes, inclusive o Melancia e Férias, meus prediletos. Olhei autores diversos, livros diversos, sem saber o quê escolher. Talvez as piadas sempre fiquem melhores, quando são lidas no original. Escrever sobre livros de humor, significa também fazer rir? Não sei! Só sei que essa é uma frustração pessoal, não saber escrever humor, ou não fazê-lo com facilidade. É um dom que admiro (e também invejo...) em outros escritores.

Então escolhi MARLEY & EU, VIDA E AMOR AO LADO DO PIOR CÃO DO MUNDO, escrito por John Grogan, lembrando da antiga diversão de discutir com o namorado: o livro é melhor que o filme. Quem gostou do filme, devia ler o livro. Ou como fiz: li o livro, depois assisti o filme.

Qual a diferença?

Há muito mais passagens no livro, que não foram filmadas. O filme nos leva às lágrimas, expurgando a dor de perder um animal que é mais que um bicho de estimação, é parte da família e das nossas vidas.

Mas o livro é hilariante, e conta mais da vida de Marley e das inúmeras peripécias que aprontou. Não muito diferente do que fazem nossos próprios cachorros, só que levado a extremos e contados com bom humor. É um livro que causa empatia a qualquer pessoa que já teve um cachorro na vida, porque fala daquele sentimento tão humano, que nos faz amar mais aos defeitos de alguém, do que por suas virtudes. Porque, pensemos: qual a vantagem em amar algo ou alguém, que é e faz tudo do jeito que queremos?

Marley nos fala dos amores difíceis, aqueles em que aprendemos a amar alguém por aquilo que realmente é, e não por aquilo que nos agrada. Dos amores únicos, individuais, que não podem ser substituídos. E ainda, como qualquer bom escritor lhe diria, que felicidade não constrói histórias, e sobre como, de fato, amamos a singularidade e a superação, que pode estar tão próxima, dentro de nossas casas, acontecendo a cada dia.







Nenhum comentário:

Postar um comentário